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Mostrando postagens de abril 13, 2018

Por quem os sinos dobram?

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Por Rafael Kafka A cena final de Por quem os sinos dobram mostra Robert Jordan, prestes a morrer por uma ideia, escondido pronto para matar um oficial do exército franquista, um gesto simbólico que para seu grupo de guerrilheiros representa muito: ferir uma figura de alto escalão era visto como um duro golpe contra um exército muito mais bem equipado em número e em recursos materiais. A cena em si não mostra o momento da morte, mas não precisa. Ela está ali no romance o tempo todo, no ritmo seco e pujante de Ernest Hemingway, cuja reflexão central no enredo parece ser o luto inerente à própria guerra. O terror existente nos conflitos bélicos é justamente o fato de estarmos diante da certeza de que do outro lado das trincheiras há também seres humanos. Matá-los é de certa forma matar a si mesmo, pois estamos matando um pouco da humanidade. Jordan, cuja missão no livro é destruir uma ponte importante para o exército de Franco, aos poucos se apercebe disso e chega a demon