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Mostrando postagens de novembro 3, 2011

Miacontear - O menino que escrevia versos

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Por Pedro Fernandes O protagonista no conto  “O menino que escrevia versos”  bem poderia ser o último exemplar daquelas criaturas que viviam de fazer arte e que em seguida foram sendo transmutadas para outro universo que não o dos humanos no conto “A infinita fiadeira”, outra passagem de O fio das missangas .  Acontece que o menino parece ter sido salvo antes do tempo de receber tal condenação. Retomando o tema da “função” ou “utilidade” da arte na sociedade contemporânea, no caso aqui específico da poesia, Mia Couto engendra a história de um menino dado a fazer versos e que tem, por isso, a reprovação do pai e o cuidado exacerbado da mãe.  Uma vez preocupados com o “mal” do menino, os pais levam-no ao médico e requerem urgência no tratamento do caso. Os pais sinalizam, evidentemente, o modelo dessa sociedade para a qual a inclinação (muitas vezes nata) para a expressão artística é um problema a ser contornado, desviado, uma vez que agora fomos transformados em criaturas para