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Se a rua Beale falasse, de James Baldwin

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Por Pedro Fernandes Um romance não precisa dizer tudo. Está, muitas vezes, no que não se diz, a principal qualidade que favorece a grandiosidade de uma narrativa. O desfecho do drama Se a rua Beale falasse , de James Baldwin ― mergulhado de sugestões sobre o destino das duas famílias envolvidas no imbróglio narrado e uma tentativa de equilibrar as forças trágicas que se acentuam ponto a ponto no correr da narração ― demonstra a segurança de um escritor em pleno domínio dos estratagemas narrativos.   Mas, isso não é novidade. Quando este romance é publicado, em 1974, o escritor já havia realizado alguns dos seus mais reconhecidos trabalhos nesta forma literária; O quarto de Giovanni e Terra estranha , talvez dois dos seus melhores livros e por isso mesmo os mais conhecidos, já estavam à disposição dos leitores. O principal problema em Se a rua Beale falasse está no oposto do que se lê no desfecho da narrativa. É o excesso de contar. Uma desnecessária preocupaçã...