O garoto do riquixá, de Lao She
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Por Pedro Fernandes Possivelmente este romance se integra na ampla lista das produções literárias no Oriente que receberam os refluxos das desse lado do globo. O tema e a escrita de Lao She em nada deixa a desejar do exercício de um Émile Zola, um Balzac ou mesmo um Charles Dickens, para citar três importantes nomes da literatura Ocidental que elegeram a periferia o reduto principal para os dramas de seus romances, descortinando a miséria e a luta do homem por driblá-la em oposição ao mundo mais ou menos fixo de uma elite burguesa. E com um feito: apesar de a narrativa de O garoto do riquixá se desenvolver na Beijing de início do século XX, os conflitos ajustam-se perfeitamente a qualquer contexto ou temporalidade, se observarmos que os quadros de exploração do homem sobre o homem só se mantiveram quando não se agravaram no decorrer da modernidade. Embora, é claro, o interesse do romancista é por estabelecer um retrato vivo e comovente sobre as transformações sociais e o