A primeira volta ao mundo, uma crônica de dor humana
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz29Wbc0c0dBJ4asfcSIWh24qzBdMwxtUTiwYpF8hLtidaT2KABh_5LZ0o3axlfykK9TFFFfhaZQPwXSGK-M3bZFkxxgJF6eq0_e2hSGTeG_E4Uueo_3qaJEo-pDrugDi9EFdelqlOS-8/s1600/zweig_stef.jpg)
Por Juan Luis Cebrián No início dos anos trinta do século passado, Stefan Zweig, que já gozava de fama mundial, embarcou com destino ao Brasil e à Argentina em busca, como ele próprio disse, das mais belas paisagens da terra e do encontro com um grupo de camaradas intelectuais com os quais poderia debater e imaginar. O prazer da viagem, o conforto do transatlântico, a benevolência do clima e a calma de um mar quase sem ondas transformaram sua viagem em uma alegria indescritível que, no entanto, gerou um sentimento de vergonha. Ele comparou aqueles dias de felicidade com o trabalho duro, as dificuldades e os sofrimentos dos argonautas do século XVI, que, numa espécie de segunda odisseia, circundavam a Terra. Como resultado dessas reflexões, ao voltar para casa, ele decidiu documentar extensivamente os fatos e, assim, deu à luz o que é provavelmente o relato mais bonito e memorável de tudo o que foi escrito sobre o feito de Fernando de Magalhães e sua tentativa de reali