José Saramago e a trajetória do romance
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Por Pedro Fernandes José Saramago em seu escritório Desde cedo José Saramago foi um homem feito de palavras. Mas isso, de alguma maneira, todos nós somos. Quando pensamos o mundo como uma matéria derivada da relação que com ele mantemos mediada pela consciência, sabemos que nada existe, nem a própria consciência, sem a palavra. Ainda assim, a afirmativa se reveste de uma dimensão particular quando seu referente é um escritor. É que nesse caso a palavra é também seu ofício e especificamente em Saramago a escrita não é somente seu produto, mas via de interrogação sobre o mundo. Evidentemente que não foi ele inaugurador dessa singularidade — herdada, claro está, do modelo do intelectual engajado do qual Jean-Paul Sartre foi seu conceituador e um típico representante e das motivações de corte social-marxista —, mas é quem a resgata numa ocasião quando constatamos o assoreamento do lugar social do intelectual e ainda quando os valores da escrita literária se tornam ora presos a um fechamen