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Mostrando postagens de agosto 10, 2018

O profeta James Baldwin

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Por Andrea Aguilar O improvável sucesso de James Baldwin (Nova York, 1924 – Saint Paul de Vence, França, 1987) no cinema chegou três décadas depois de sua morte pelas mãos do diretor haitiano Raoul Peck. Noite após noite se esgotavam as entradas nos cinemas de Nova York em fevereiro de 2017 e os aplausos unanimes da crítica somavam-se a ovação do público ao final da projeção de I am not your negro (Eu não sou seu negro) , o filme que naqueles dias partia como favorito na corrida aos Oscar como Melhor Documentário. O lendário poeta, crítico, romancista, lúcido ensaísta e confesso cinéfilo saudou postumamente uma dívida pendente com a sétima arte desde que trabalhou em finais dos anos sessenta num roteiro do qual acabaram por cortá-lo. Baldwin golpeou a consciência estadunidense durante três décadas e expôs a ferida racial com uma lucidez atormentadora. Criado nas ruas de Harlem, seu padrasto foi pastor e mesmo na adolescência seguiu esse caminho (“aquela foi a época mais t