O amor discreto e forte entre Gabriela Mistral e Doris Dana
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A Gabriela Mistral que se apresenta no Chile é a mãe e professora, a poeta que prega: “Dá-me tua mão, e dançaremos; / dá-me tua mão, e me amarás”. Nas ruas – e até na nota de 5 mil pesos chilenos – ela é a mulher com os lábios cerrados, a testa franzida, vestindo um traje de duas peças simples e o cabelo recolhido num coque. E, no âmbito literário, os leitores de Mistral tradicionais chegaram a chamá-la “a divina” ou “a santa”, alimentando esta imagem unidimensional e distante da escritora, diplomática e intelectual mais importante da história do Chile. É certo que a autora nascida em 1889 na comunidade de Vicuña, ao noroeste do país, defendeu os direitos das crianças e a importância da educação, escreveu poesia sobre a infância, o amor materno e a natureza. Mas também criou textos de uma calorosa paixão, inclusive de alto teor erótico com mulheres. Na intimidade, em suas cartas, vídeos e áudios pessoais, Gabriela Mistral demonstra haver sido uma pessoa mais complexa do que