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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Boletim Letras 360º #412

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    DO EDITOR   1. Saudações, leitor! Na segunda-feira, 25, retornamos com as postagens diárias aqui no blog. E com este Boletim, as seções criadas há algum tempo que acrescentam outras atividades, além das informativas: as dicas de leitura; vídeos, versos e outras prosas; e baú de letras.   2. Termina no dia 1º o prazo para o envio de candidaturas para ser um dos colunistas no Letras. Você que guarda interesse para tanto, saberá todas as informações necessárias neste endereço . Os resultados devem sair até o final de fevereiro.   3. Ainda sobre a seleção referida acima, nesta semana, foi disponibilizada em nossa página no Facebook uma post com respostas às três dúvidas mais frequentes entre os leitores. De repente, pode ser também a sua. Então, informe-se aqui . Se ainda restar alguma questão, basta escrever ao blog através do correio eletrônico blogletras@yahoo.com.br ou nas nossas redes: Instagram, Facebook ou Twitter.   4. Espero que você se encontre são e seguro. Obrigado pela a

Peixe-frito: o nome e o sensível para a diáspora

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  Por Wagner Silva Gomes Em Os vivos, o morto e o peixe-frito (2014) o contexto de uma fila de repartição pública que resolve assuntos documentais de cidadania reúne a diáspora africana com moradia em Portugal, estando principalmente, os nascidos em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, enfim, pessoas de países de Língua Portuguesa.  Nesse cenário é derrubado o muro que separa palco e plateia, arte e vida real, como na estética do oprimido, de Augusto Boal, em que todos, como agentes sociais, produzimos também efeito sensível sobre a vida.   Na fila a dificuldade burocrática só é superada pelo sensível, da convivência entre as pessoas, que ali criticam a vida em Portugal, as dificuldades, com bom astral, ora gozando do modo do português falar, ora apontando para os absurdos de exigências, como o caso da mãe que para ter um filho registrado como português além de ter que morar seis anos em Portugal e ter que mostrar a comprovação disso, não podendo faltar um dia, tem que ter a documentaçã

Desvio, de Juan Francisco Moretti

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Por Pedro Fernandes Juan Francisco Moretti. Foto: Martín Lucesole.   A narrativa de Desvio inicia com uma sentença que, dispersa num episódio de total desorientação do narrador e personagem, funciona como se um marco de orientação para este jovem quase tragado pela força das circunstâncias: “Abre os olhos, Nicolás, ele vai te matar.” No final, a força reativa do chamado é ainda um eco e se amplifica para fora da narração ao ponto de se integrar na apalermada consciência do leitor. Sim, este romance é um chamado. Sem subterfúgios, sem meios-termos, por vezes visceral, desbocado, alucinado, feito de uma urgência necessária; não é um piparote mas um soco, qual o tomado por este Nicolás que, num ímpeto de fúria, rompe com os limites da domesticação, e avança para o homem de qualidades reprováveis, o tipo-gado que, mesmo depois de tantas circunvoluções terrestres, sente-se autorizado para o insulto racista, vil, da mesma ou pior violência que a atitude homicida despertada do asco ao que é

Lendo o escuro é que encontramos a luz

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Por Tiago D. Oliveira Ana Luísa Amaral. Foto: Eduardo Martins.   Lendo Escuro , de Ana Luísa Amaral, encontramos a inegável influência de Fernando Pessoa, como se a poesia desse acesso a uma nova forma de convivência com o poeta. Assim como a presença do um tempo e espaço históricos de Portugal e da Europa. Há também releituras e reinvenções imaginativas que passam por outros nomes da literatura e da história. Ela consegue esse alcance; é o que vibra quando a leitura de cada poema chega ao fim. A presença de diversas vozes coloca-se também como parte definidora da razão deste livro, que apresenta um cotidiano como tema para diversos poemas, mas reflete sobre a própria literatura, o mundo e sobre o indivíduo, pontos que são desenhados diante de um contínuo desconforto, uma certa inquietude, ou a palavra mais oportuna a definir o percurso, desassossego. Diante desta constatação, percebemos a grandeza da poeta e de seus versos regados pela presença viva de uma herança que se coloca como f

Guerra em Surdina, de Boris Schnaiderman

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  Por Joaquim Serra   “Que diabos um civil está procurando neste inferno?” Isaac Bábel, “A família do paizinho Marescot” Boris Schnaiderman.   O breve século XX também nos legou diversas narrativas de guerra e de outras experiências negativas. São famosos entre os leitores os escritos de Primo Levi, Ernst Jünger, Joseph Heller, e do visceral Céline. Os modelos adotados pelos escritores variam muito para representar épocas tão conturbadas. Se por um lado Primo Levi registra o Holocausto pelo viés da perda de identidade, mimética em essência, Céline opta por uma transgressão linguística e perceptiva para falar de um delírio diante dos destroços da guerra de trincheiras. Mas nem sempre apenas pela realidade construída pelo romance é possível identificar o autor por trás dela. Céline é o mais emblemático exemplo disso. Viagem ao fim da noite foi muito bem recebido pela crítica de esquerda, era um “livro que denunciava com tanta veemência a guerra, o colonialismo, o capitalismo”, tornou-se

Para entender Virginia Woolf

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  Por Anthony Burgess Virginia Woolf. Foto: Man Ray Os dois romancistas de língua inglesa mais inovadores do século XX nasceram no mesmo ano, 1882, e morreram no mesmo ano, 1941. Mortes, ambas prematuras, de James Joyce e Virginia Woolf. Ele escapou da guerra europeia refugiando-se na Suíça, onde morreu de peritonite. Ela se livrou de si mesma atirando-se nas águas do rio Ouse. Essa guerra ia mal para sua Inglaterra natal, mas o desespero que a levou ao suicídio não tinha nada a ver com o futuro do Império Britânico. Seu desânimo não é fácil de explicar, nem mesmo em termos de sua carreira literária. Seu último romance, Entre os atos , é tão admirável quanto o primeiro que escreveu, O quarto de Jacob ; sua reputação estava assegurada e seu casamento feliz. Na verdade, Leonard Woolf, seu marido, era a rocha a se segurar no redemoinho de sua instabilidade mental. Ela nunca foi louca, mas era hipersensível. Herdou dos seus antepassados, a família Stephens, um refinamento excessivo da sens

Boletim Letras 360º #411

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DO EDITOR 1. Saudações, leitor! Na segunda-feira, 25, retornamos com as postagens diárias aqui no blog. Aproveito a ocasião, para refazer o convite que divulgamos há algumas semanas nas redes sociais do Letras e que registrei aqui na edição anterior deste boletim. Falo sobre a chamada para novos colunistas. Se já conhece o blog (ou passou a conhecer agora) e tem interesse em compor nossa equipe, então, envie sua inscrição. 2. É simples. O interessado deve enviar pelo correio eletrônico blogletras@yahoo.com.br até o dia 1º de fev. de 2021 o seguinte: um resumo biográfico que contenha seu nome, fale sobre experiência de leitura e com a escrita (se já publicou, onde, quando, como ― essas coisas) e sobre o interesse em compor a equipe de colunistas do Letras (qual sua relação com o blog, desde quando o conhece, como conheceu etc.); e três textos (exceto conto, crônica e poema) observando as normas de publicação do Letras. Elas estão disponíveis aqui .   3. Os resultados devem sair até