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Mostrando postagens de outubro 11, 2018

As crônicas de Clarice Lispector

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Por Pedro Fernandes Boa parte das frases que circulam na internet atribuídas a Clarice Lispector é produto de um gênio capcioso que sem qualquer valor pela memória de quem quer que seja dá-se ao trabalho de falseamento dos dizeres. Na outra ponta repousam os que cegamente acreditam no falso e reproduzem ad infinitum a barbárie. Fora isso, a outra parte dessas frases são provenientes dos textos que a escritora publicou em jornais – ainda que tais excertos agora repousem entre as linhas de algum dos seus contos ou romances. Se desde a aparição do mundo virtual Clarice Lispector tem sido vilipendiada pelos detratores, antes foi ela própria vítima de si mesma. A sua obra sempre foi um extenso canteiro e esteve, enquanto viveu, aberto à experimentação. E pela contínua atividade de refazimento dos textos terá introduzido modificações ao ponto de um texto original passar a ser outro, tornando o anterior, por vezes, falso texto, ou a escrita de outra que não Clarice. O t