“O famoso Flaubert. Eca!” e outras opiniões contundentes de Mario Levrero
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Por Sara Mesa É sabido que por trás de toda obra excêntrica se esconde uma personalidade excêntrica. Se não, caberia falar de hipocrisia. Mas, existem poucos autores com menos hipocrisia – e com mais autenticidade – como Mario Levrero (Montividéu, 1940-2004), cujo bem-nutrido clube de fãs continua crescendo ano após ano sem que sua aura de autor de culto – minoritário, incompreendido, raro – se ressinta a mínima. Desde então, é inegável que Levrero sempre foi livre e não vacilou em expressar suas opiniões por singulares que fossem; não deixou transparecer um desconhecimento do mundo literário – do mundinho, melhor dizendo – que é sempre revelador. Para ele, os gênios eram Santa Teresa, Franz Kafka, James Joyce e William Faulkner, mas o grosso de suas leituras estava formado pelos romances policiais de reduzida qualidade, dos quais era um viciado – tal como foi viciado por computador e pela observação de pombos, formigas ou qualquer outra mínima forma de vida. No que t