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O amor, saída para o tempo

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 P or Tiago D. Oliveira Só quando terminei a leitura percebi os protestos vindos das panelas em vários prédios ao meu redor. Voltei para o livro, ainda sobre a mesa, e entendi – está tudo ali. Assim, entre a literatura e a realidade, comecei a digerir os versos de O nome do mapa e outros mitos de um tempo chamado aflição , novo livro de Clarissa Macedo, que ainda me levou para deambulações que me desconectaram permitindo-me imaginar como seria se tudo fosse diferente.  Depois de polarizar, calmamente, preenchi a mão direita contra o peito, guardei-me em uma respiração mais profunda – faz anos também que o cheiro do peixe invade as paredes, o catre, os sonhos, /[a minha oração . (“Dança”) – para uma aflição mapeada, desmitificada e combatida com a voz da poeta empunhada – eu continuo: persisto,/ de anzol gasto,/ no exercício de dar de comer à mãe, às filhas, às irmãs ;(“Dança”) – e entendo que a voz dessa mulher, que é filha, irmã e leitora de seu espaço/ tempo, é o ponto al