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Mostrando postagens de agosto 7, 2017

Gostamos de causar danos (com o grande romance estadunidense)

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Por Paula Corroto William Faulkner, o pai de uma tradição literária estadunidense: a da degeneração Poderiam abrir nosso coração com um canivete e quase desfrutaríamos vendo correr o sangue aos borbotões. Poderiam dizer que nosso pai é um assassino ou um estuprador e talvez encontraríamos um sentido para a vida. Poderiam comentar que nossa mãe nunca nos quis, que nos abandonou na sala de parto, e nos esqueceu e tudo estaria resolvido. Por fim, encaixariam nossos pensamentos de perda e abandono, o fim do emprego, aquele namorado ou namorada que nos traiu à nossa vista vinte metros de onde moramos. E ainda assim tudo bem. Esta espessa obscuridade mental, esta descida aos infernos que às vezes propõem as neuroses se fala em muitos romances que nos últimos anos têm gozado do gosto dos leitores e da crítica. Seus escritores são os novos reis do grande romance [estadunidense]: o que dita o pensamento mundial. São os David Vann e Cormac McCarthy que bebem de outros