Cinco poemas de Robert Lowell
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Por Pedro Belo Clara Robert Lowell. Foto: Alfred Eisenstaedt DIAS TERMINAIS EM BEVERLY FARMS Em Beverly Farms, um grande bloco de pedra ocupava, imponente e desconfortável, o centro do jardim — um irregular toque japonês. Depois do seu “velho” Bourbon, o Pai, bronzeado e jovial, de compleição demasiado rosada, balançava, como se estivesse de serviço no convés, sob a lanterna em forma de estrela de seis pontas — a prenda de anos no passado mês de Julho. Sorria com aquele sorriso oval dos Lowell, trazia vestido o smoking creme com a faixa índigo. Sua cabeça era eficiente e calva, sua figura, alvo de uma recente dieta, bastante elegante. O Pai e a Mãe mudaram-se para Beverly Farms para estarem a dois minutos a pé da estação, a meia hora de comboio dos médicos em Boston. Não tinham vista para o mar, mas os carris com a cor azul do céu brilhavam qual espingarda de dois canos através do sumagre escarlate de fins de Agosto, multiplicando-se como cancro no canteiro do jardim. O Pa