A descoberta da realidade em O Aleph, de Jorge Luis Borges
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7umfDyPH_BVIA2cQxNoAsZa0lJCYLeccViWvzyCmJvyp83Su2agWVy893MZ3-KRZRDZ4EPYc3GNhQQpUJwe9Q4R6qKT_4tBXlUQ1bahrDlndGgM2ORrBFJjxqRLG58c9OCv2elLJltkg/s1600/BORGES-1-ATLA.jpg)
Por Candido Pérez Gallego As duas citações apresentadas na abertura de O Aleph indicam ao leitor as duas dimensões entre as quais se move este conto. A referência a Hamlet , com uma alusão ao infinite space se liga com uma menção ao Leviatã onde se fala sobre Infinite gretnesse of Place . As duas coordenadas mantêm com O Aleph uma espécie de oportuno prólogo e ambas frases, a de Shakespeare e a de Hobbes, nos oferecem um testemunho sobre a infinitude. Daí que devemos entrar em O Aleph com um vago pressentimento de que esconde algo marcado de eternidade. É assim que Borges se comunica com o futuro. Suas narrativas, tão rodeadas muitas vezes do presente com centenas de referências e suportes bibliográficos, se perdem no que seja o tempo porvir; são como projetos improváveis, hipóteses incertas. O Aleph não é uma exceção. A história que Borges nos conta está centrada numa figura pertencente a esse plano ambíguo real-ideal que se chama Beatriz Viterbo. Os he