Postagens

Mostrando postagens de junho, 2018

Boletim Letras 360º #277

Imagem
Na segunda-feira, 25 jun. '18, realizamos mais uma promoção na página do Letras no Facebook; uma leitora do blog levou os dois volumes que compila a prosa completa de Hilda Hilst ( Da prosa , Companhia das Letras) e um livro surpresa. Reiteramos, por esta via, os agradecimentos a todas as leitoras e leitores que participaram desta ação. Ficamos na expectativa para próximas atividades do gênero. Enquanto isso, seguimos com as notícias que divulgamos esta semana. Em tamanho ampliado, nova fotografia de Machado de Assis encontrada em jornal argentino. Mais detalhes sobre ao longo deste Boletim.  Segunda-feira, 25/06 >>> Brasil: O corpo descoberto: contos eróticos brasileiros (1852-1922)  é o título de uma antologia que parte importantes dos textos neste gênero de autores nacionais O título sai pelo Selo Suplemento Pernambuco de Literatura e é organizado pela pesquisadora Eliane Robert Moraes, autora também de uma antologia de poemas com o mesmo tema. Esta é u

Romance de Kehinde, Cadernos de Kindzu

Imagem
Por Wagner Silva Gomes No livro Um defeito de cor  (2006), em que se discute muito a veracidade biográfica, se foi realmente uma mulher negra escravizada que escreveu, ou se é uma autoria fictícia, questão relatada por Ana Maria Gonçalves na introdução do livro, que também tem o relato de sua descoberta em uma igreja, nos papéis que seriam documentos guardados por um antigo padre, e que serviam na ocasião de rascunho para o filho da mulher que cuidava da limpeza da igreja pintar e desenhar, tem a seguinte passagem: “No meu sonho ele ia, não sei se para Aruanda, a terra do pai. E o mais interessante era que não usava embarcação nenhuma, mas sim aquelas folhas de papel que guardava com tanto cuidado.” (p. 393). Nesse trecho a protagonista fala sobre o negro Kuanza, que tem nome de rio e por isso acreditava que seu destino era viajar pelo mar e ir um dia pra África. Se a Ana Maria Gonçalves completou este trecho do romance com sua escrita, como também relata a in

Debaixo de algum céu, de Nuno Camarneiro

Imagem
Por Pedro Fernandes   “O escuro serve-nos para esconder o que não queremos ver, esperamos o dia e depois lavamo-nos com água e luz na esperança de alguma coisa nova. Mas não somos diurnos como queremos ser, Manuela, fundeamos a noite, e do pescoço para baixo somos só mistério.” Este excerto é parte de um diálogo entre Daniel e sua vizinha, depois que ela toma a decisão de voltar ao apartamento do padre e reaver o tabuleiro deixado com restos de assado num dia anterior quando os dois se envolveram sexualmente. Esclarecido o contexto da fala, a expressão recobre por via indireta sobre os que dois têm vergonha de falar abertamente a fim de estabelecer uma compreensão ou justificativa que seja para o ato impensado ou guiado apenas pela força do desejo carnal. Mas, sua expressão pode de maneira bastante acertada oferecer uma compreensão sobre o romance de Nuno Camarneiro.  Debaixo de algum céu  se filia ao que talvez ingenuamente poderíamos definir como uma tradição romanesca

Nos vemos no paraíso, de Albert Dupontel

Imagem
Por Pedro Fernandes Pierre Lemaître é um romancista recém-descoberto entre os leitores brasileiros. Até o presente uma pequena parcela de seus livros ganhou tradução por aqui; seu romance premiado no Goncourt de 2013, Au revoir là-haut , é base para o roteiro do filme de Dupontel que no César de 2018 arrebatou cinco premiações, incluindo Melhor Adaptação. De forte traço romântico a Alexandre Dumas, a narrativa parece querer ressignificar o mito francês do Homme au Masque de Fer apresentado pelo romancista no último capítulo da saga Os três mosqueteiros . Preso sob o nome de Eustache Dauger, esteve por mais de três décadas em várias prisões francesas, incluindo a Bastilha e a Fortaleza de Pignerol. O dilema sobre sua identidade serviu na construção de todo o imaginário que lhe cerca; e terá sido Voltaire, antes de Dumas, quem melhor contribuiu para tanto ao registrar em 1771  na segunda edição de suas Questions sur l’Encyclopédie , que o tal prisioneiro era, na verdade,

Apontamentos sobre inspiração, drogas e literatura

Imagem
Por Pilar R. Laguna Alguns dirão que a literatura é uma droga. E logo existirão muitas vozes contrárias, talvez mais que a favor desta afirmativa. Para estes, me justifico: a literatura pode viciar, consegui-la pode ser cara ou barata, entretem e logo nos abre mundos reais e imaginários como uma vivacidade que é difícil encontrar algum outro correspondente, mesmo se este for o cinema, seu grande competidor. Seja como for, a relação da literatura com a droga é muito mais que uma simples semelhança e está diretamente relacionada com a inspiração e a natureza de todas as ideias, porque abre de certo modo – e citando Aldous Huxley – as portas da percepção e nos dão acesso aos mistérios da mente, que não estão ao alcance de todas as pessoas. A inspiração é um conceito escorregadio. Poderia se dizer que sua definição é, em contrapartida, seu oposto, isto é, não ter nada a dizer. Ou seja, quando vem a inspiração é uma espécie de consciência recém adquirida de que temos algo a

Wollstonecraft e Shelley: uma relação umbilical

Imagem
Por Alejandra M Zani É certo que a historiografia tem resgatado sua obra, sobretudo com o impulso do novo feminismo que tem levado a sério o trabalho de reescrita das biografias de mulheres que deram cor à tarefa de pensar sobre elas num mundo há muito marcado por seu esquecimento. Mas ainda assim, Mary Wollstonecraft continua sendo, para muitos, apenas a mãe de Mary Shelley (Godwin, seu tratamento de quando solteira); já esta é sempre a autora de Frankenstein . O nascimento de Mary Shelley é um dos mais famosos da literatura. Aconteceu em 30 de agosto de 1797. Enquanto o médico retirava o bebê, introduzia-se os germes de uma das enfermidades mais perigosas da época: a febre puerperal. Wollstonecraft morreu semanas depois do parto. Qual é a marca que pode deixar uma mãe na vida de sua filha em tão curto período de tempo? É essa relação entre ausências e presenças, uma relação de pegadas distantes mas certeiras, o que Charlotte Gordon tenta reconstruir na bio

Boletim Letras 360º #276

Imagem
Amiga leitora, amigo leitor, eis a edição desta semana de uma post que foi criada há 276 semanas para contar a vocês as notícias ligadas às linhas de interesse do nosso blog publicadas em nossas redes sociais: Facebook e, por vezes, Twitter. Boas leituras! Outro arquivo digital sobre a obra de Fernando Pessoa; desta vez sobre Fausto . Mais detalhes ao longo deste Boletim. Segunda-feira, 18/06 >>> Brasil: Livro mais conhecido da escritora estadunidense Toni Morrison ganha nova edição Com Amada , Morrison ganhou o Pulitzer de 1988; dez anos depois, o romance foi adaptado para o cinema com Oprah Winfrey no papel principal. Em 2006 o livro foi eleito pelo New York Times  o mais importante dos últimos 25 anos nos Estados Unidos. A história se passa nos anos posteriores ao fim da Guerra Civil, quando a escravidão havia sido abolida nos Estados Unidos. Sethe é uma ex-escrava que, após fugir com os filhos da fazenda em que era mantida cativa, foi refugiar-se na cas