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Mostrando postagens de abril 17, 2019

Poesia e metalinguagem em A palavra algo, de Luci Collin

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Por Fernanda Fatureto Como em um lance de dados Luci Collins celebra o jorro da linguagem em A palavra algo (Iluminuras, 2016) – livro que lhe concedeu o segundo lugar no Prêmio Jabuti 2017. A metáfora dos dados pode ser encontrada no poema “Lances” em que mostra como Collin utiliza as palavras para “cumprir o poema”: “dado que nos poreja / cumprir o poema / sagrar sua sorte/de verbos em chamas”. Sua poesia – apesar de cerebral – estabelece essa conexão com o improvável, o que lhe garante maior liberdade para compor seus versos:  dado que é sem doutrina  jogo de emblemas  ondulação das cortinas que tudo a voragem do início e os sons feito fossem azes  estilando  o âmago desimpedido de um esplêndido algo. Seu único comprometimento é com a poesia, ela mesma enquanto fluxo constante, como escreve em “Tule”: “assim aqui não se traceja perguntas / que os passos da dança são um jorro / as falas são manjar e reeditam / o script que a vida assin