Explicação dos pássaros, de António Lobo Antunes

Foi mais um da longa travessia que ainda tenho pela obra de António Lobo Antunes. Está à minha frente Fado alexandrino , que é o romance que sucede este Explicação dos pássaros . Tenho a impressão de leitor iniciante que terá sido este, não os da ‘trilogia memorialística’ que marca o início da carreira literária do escritor, o livro de fato em que Lobo Antunes se inicia, embora sabendo que, para os bons escritores, toda nova obra será sempre um princípio. Mas, neste caso em particular, é o começo de tudo porque o autor de Explicação dos pássaros se desvincula do tema da guerra colonial, marca dos três primeiros romances, para temas mais caros à subjetividade: como a ideia de finitude que perpassa todo o andamento da narrativa. Dividido num fim de semana, de quinta-feira para domingo, neste livro também notamos o narrador antuniano cada vez mais seguro da ideia de esfarelamento e entrelaçamento temporais exercitadas ao longo de sua trilogia. Temos a sensação de que, cada ve