“Dê-me a sua pessoa moral”: A invenção do humano brasileiro em Machado de Assis
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_bg72LfwXR9Y89axytnQIA6lLq6lejM48DMAux4GA0rGZqlUDOAAtC-daNZxnGPELb5cKJJVb9D_4aMVwnaWL7bVYo5LI_hS8rtqcaIppUgED1cQ1KMQl2YNAOmlLeg216cE8C4XBIxdpuRkk4tiplvs0iu8-r2BGjbqrFnK7tEl9OhJQH6MbRB0/s16000/JLP.png)
Por Alfredo Monte O escritor José Luiz Passos “Por Deus! dê-me a sua pessoa moral...”, pede o leitor Machado de Assis em 1878, na sua crítica contundente de O Primo Basílio . A maior queixa do autor brasileiro com relação à realização romanesca do colega português incidia sobre o caráter da protagonista, Luísa, que lhe parecia pouco plausível da maneira como era explorado na narrativa: “Para que Luísa me atraía e me prenda, é preciso que as tribulações que a afligem venham dela mesma: seja uma rebelde ou uma arrependida; tenha remorsos ou imprecações...”; ora, ocorre que (na ótica machadiana) Eça de Queirós trata sua heroína como títere, explorando sumariamente sua consciência, substituindo o principal (a dor moral que ela deveria sentir) pelo acessório (o medo causado pela chantagem). Em Machado de Assis: o romance com pessoas 1 , José Luiz Passos articula essa reação desfavorável de Machado à ficção naturalista de Eça com o que considera a principal inovação trazida pelo auto