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Os anos, de Annie Ernaux

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Por Pedro Fernandes Annie Ernaux. Foto: Ed Alcock Annie Ernaux será sempre lembrada como a escritora da universalização do eu ou a figura que inaugurou, se não pelo concepção, pela prática literária, a compreensão segundo a qual somos um produto moldado pela exterioridade do mundo: a história, a cultura, a economia, a política, a ideologia participam ativamente do que somos e justifica porque somos. O alcance disso se dá pela sua literatura. Os anos , por exemplo, se constituem de, e podem ser descritos assim, um conjunto de reminiscências que evocam desde suas raízes familiares mais próximas até alcançar o presente, o tempo da narradora. Além da universalização do sujeito da enunciação, a escritora privilegia um tempo eterno , o presente. Mas, apesar de todas as inovações narrativas, digamos assim, esta não é uma obra cujo interesse é se filiar no acalorado debate (patente sobretudo nos estudos literários) acerca da condição conceitual de um termo de um todo proble