Com carinho, suponho
Por Rafael Ruiz Pleguezuelos Ernest Hemingway. Todos os bons leitores acabam desenvolvendo um ritual privado que repetem toda vez que se aproximam de um novo livro. Alguns leem a contracapa e as informações apresentadas na orelha do livro, para ter melhor ciência das promessas oferecidas pelo objeto que tem em mãos. Outros passam os olhos por sobre a tipografia, observam a capa e viajam mentalmente com ela, julgando imaginar o conteúdo da obra antes de começar a lê-la. Os leitores mais sensoriais cheiram o papel e, passando as páginas, desfrutam do aroma que possui um livro novo, um gesto que tantas pessoas associam ao prazer da leitura. Depois desses rituais íntimos, chega o momento de abrir o livro e mergulhar na letra impressa e aqui também há preferências entre os leitores. Começar uma leitura parece-se bastante com entrar numa piscina. Há quem, como em Sociedade dos poetas mortos , despreza as introduções, estudos críticos ou resenhas para se encontrar apenas...