Cada poema de Herberto é um caos que tudo origina - sobre Poemas canhotos (parte 1)
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Por Pedro Belo Clara Herberto Helder. Foto: Alberto Cunha Diante dos nossos olhos, o derradeiro livro de Herberto Helder – poeta que, após a sua morte, tem sido alvo de comparações, no que toca ao impacto da sua obra na literatura portuguesa, com o legado de Fernando Pessoa. Não iremos julgar o caso, tampouco nos cabe tal tarefa, mesmo conhecendo o popular fenómeno “após a morte todo o poeta ignorado em vida se revela subitamente um génio literário” ( Poemas canhotos esgotou em muitas livrarias no próprio dia do lançamento). Os nossos esforços centram-se somente no convite que endereçamos a todo o leitor interessado: a profunda descoberta do autor. Contudo, as intenções solidificam-se: um outro nome “ameaça” juntar-se à restrita elite poética composta somente por Camões e Pessoa – a mais fina nata, à qual outros poderão acrescentar os contributos de Cesário Verde e Camilo Pessanha, por exemplo. Mas não desejamos diluir o nosso foco em demoradas distrações, ainda que a