Paris, Texas: homem livre, cavalheiro da noite
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiugXXJKs06EK1N3CBfHmG-UqOoEOO3Alb22qRuxC3JRRKWhBPZ8R5ZLNWirnN7U5aEHzXWGgoY0U0TP-9_doqhsm2hYCg5JM6KwJi5FDlHStkGTNi4GXSKZY_QwrO1wcBamb73NVg1HMGgPkdIZUotEfHOSlbPRK7u8ZRcOl5-L-WoaFg77jyR_ew/s16000/EB20021208REVIEWS08212080301AR.jpg)
Por Beatriz Eduarte “Enquanto fazia Paris, Texas foi quando senti uma espécie de revelação. Percebi que a história é como um rio e que se alguém ousasse navegar por ele e confiasse no rio, o barco seria arrastado para algo mágico. Até então, sempre havia lutado contra a corrente. Eu tinha ficado num pequeno charco à beira do rio, porque me faltava confiança. Nesse filme em particular, percebi que as histórias estão aí, que existem sem nós. Na verdade, não há necessidade de criá-las, porque o homem as traz à vida. Basta deixar-se levar”, responde Wim Wenders a Laurent Tirard em Grandes diretores de cinema (Nova Fronteira, 2006).¹ No filme de Wenders e roteiro de Sam Shepard, rodado há quarenta anos, esse rio se transforma em uma paisagem desértica, árida e vasta, onde a única coisa que não varia ou muda é o horizonte, sempre presente. Embora Walt (Dean Stockwell) garanta a Travis (Harry Dean Stanton) que não há nada ali, o espectador sabe que ele está equivocado. Sim existe. Há um ros