A cena do crime
Por Patricia Highsmith Positano. Foto: Umberto D'Aniello Em meu primeiro livro sobre Tom Ripley, este é um homem de 25 anos, inquieto e desempregado em Nova York, morando temporariamente no apartamento de um amigo. Havia ficado órfão numa idade jovem e foi criado em Boston por uma tia bastante mesquinha. Tem um certo talento para a matemática e a mímica, e essas duas habilidades permitem que ele continue, por carta e por telefone, um pequeno jogo de intimidação aos contribuintes estadunidenses: ele pede um novo pagamento a uma repartição da Receita Federal cuja filial, diz, se encontra num certo endereço: o do amigo em cuja casa ele mora, e Ripley recolhe as cartas quando elas chegam, embora não haja nada que ele possa fazer com os cheques recebidos, exceto rir com estranha satisfação. Quando Ripley percebe uma noite que está sendo seguido nas ruas de Manhattan por um homem de meia-idade, seu primeiro pensamento é que o homem é, ou poderia ser, um policial enviado para prendê-