O que teríamos feito sem Ursula K. Le Guin?
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzf8LcCNtrISCKIlqNQgZIpZ-w7EFvUjpHptt5uTaC5NmRGZq-ffeGM67X-DB2A9SKvth7e6zso7gMs78WfNuKIjKguRpcCX1RylpRBlVv-zRYa6mvUGYqSdhEVDsf7ZYyJ33_LYQMQXM/s16000/ursula-k-leguin.jpg)
Por Laura Fernández Ursula K. Le Guin nunca quis ser escritora. Mas foi, sem mais delongas. “Não me lembro de ter feito outra coisa senão escrever”, respondia a qualquer pessoa interessada quando deu o passo definitivo. Desde criança, escrevia. Enviou seu primeiro conto para uma revista quando tinha 11 anos. Recebeu uma carta de recusa. Demorou mais dez anos para enviar qualquer outra coisa a qualquer lugar novamente. E o que conseguiu? Outra carta de rejeição. “Você escreve bem”, dizia a carta, “mas não sabemos exatamente o que você faz.” A época? Meados da década de 1950, quando ainda não existia uma ficção científica e literatura de fantasia que fosse considerada como tal. Na ficção científica reinava a chamada hard sci-fi , ou seja, aquela que tendia a dar detalhes técnicos, a justificar, em certo sentido, o papel da ciência numa época em que ainda ninguém confiava excessivamente nela, popularmente falando. No que diz respeito à Literatura com maiúsculas, esta era feita pelo “rea