José Saramago, os livros do meu afeto
Por Pedro Fernandes A obra de José Saramago, como a de todo grande escritor, não permite leitores de meios termos. E quem se vê entre aqueles que logo se deixam seduzir pelo enredamento das suas narrativas cheias de labirintos dificilmente conseguirá se restringir a apenas um romance. Eu entrei nesse universo de complexas reentrâncias por uma das portas que se constitui recorrência na sua prosa romanesca: o acaso. E depois, nunca mais voltei a quem era antes; também nunca mais larguei. Foi numa tarde qualquer, há cinco anos, enquanto buscava por entre os labirintos de livros na biblioteca da universidade minha próxima leitura ou o escritor que pudesse me oferecer a centelha da curiosidade para me enredar pelos estudos literários, que encontrei com José Saramago. Na última divisa de uma das estantes ao fundo da biblioteca estava a edição de bolso publicada pela Companhia das Letras nesse mesmo ano de O evangelho segundo Jesus Cristo . Na época, seu autor era para mim u...