Agustina Bessa-Luís, a inteligência do incomensurável
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Por Silvina Rodrigues Lopes * Agustina Bessa-Luís. Foto: Egidio Santos. Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, em 15 de outubro de 1922, e faleceu no Porto em 2019. Publicou o seu primeiro livro, Mundo Fechado , em 1948, tendo escrito e publicado posteriormente alguns contos extraordinários, várias dezenas de magníficos romances, alguns dos mais interessantes textos sobre literatura e diversas crónicas, reunidos respetivamente em Contemplação Carinhosa da Angústia e A Alegria do Mundo . Essa vasta e intensa obra compõe um movimento transformador da literatura, que se não prende a fórmulas ou modelos e que não deixa de inventar o passado, devolvendo-o à dispersão, que é o seu modo de tocar o presente. Na verdade, não há em Agustina uma tradição da história do romance ou das ideias em que a sua escrita se integre. Percebe-se que o que escreve é diálogo com um mar sem fim de leituras — em que o mais antigo não desaparece sob a exigência da atenção à atualidade —, onde se enc