Uma leitura de Cheia, romance de Natália Zuccala
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Por Tiago D. Oliveira A leitura é uma queda sem freios; em Cheia o suspenso é veloz como a vida. O primeiro evento da narrativa é capaz de marcar na terra a imagem e o peso de um corpo que carrega tantos outros em sua representação. O peso de gerações — uma mulher e seu marido em uma mesa de restaurante, mesa para um, assim ela pede para o garçom, o esquecimento/ apagamento involuntário como ferramenta de defesa do corpo que reage sem pedir licença. A memória só retorna quando o corpo é novamente sublinhado pela mão do marido em seu ombro, a ressurgir, a recobrar, a retomar um lugar, como fizeram historicamente todos os colonizadores. O corpo da mulher ainda é terra que vem sendo devastada, apossada sem que a natureza respire e mesmo assim, contra tudo e todos, a força se figura em beleza quando a luta é contínua e o brado é marcado por uma resistência de coragem, afeto e dor. Em seu primeiro romance, editado pela Urutau, Natália Zuccala apresenta uma narrativa “com a segurança de