Vozes de Tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch
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Por Marta Rebón e Ferran Mateo Pouco depois do acidente nuclear de Tchernóbil, Svetlana Aleksiévitch sente-se preparada para escrever um novo livro acerca desta catástrofe. “Dei-me conta de que meus pais, eu e toda a gente ao meu redor habitávamos num mundo diferente”. Os pais da escritora viviam na região bielorrussa de Mariz, nas margens do rio Prípiat, a cem quilômetros ao noroeste de Tchernóbil. Multiplicam-se os casos de câncer infantil, grande parte estão ainda enterrados em povoados inteiros evacuados, tudo ainda com suas casas e terras de plantio. É então que aparecem medos até então desconhecidos: sentar-se na grama ou comer uma maçã, ações das mais sensíveis e cotidianas, colocam um dilema insólito: “Pode haver algo mais espantoso? Inaugurou-se uma nova história ecológica da humanidade. Ante isto, o aspecto nacional recua: já não importa se sou bielorrussa ou russa, mas que sou representante de uma espécie biológica que pode ser extinta como se extinguiram os dinossa