O anel do general, de Selma Lagerlöf
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Por Pedro Fernandes “Tinham se embebido de medo de malfeitores com o leite de suas mães; tinham sido ninados até dormir com cantigas sobre bandidos. Consideravam todos os ladrões e assassinos como abominações e demônios, que não deviam mais ser considerados seres humanos. Não achavam necessário lhes mostrar qualquer compaixão” – a reflexão é do narrador de O anel do general na altura em que acompanha, pelo levantamento dos ânimos do pequeno povoado de Broby, o julgamento de três acusados de assassinato de um jovem para o roubo da peça de extrema valia que ocupa do título ao núcleo principal da narrativa. O excerto é trazido aqui porque justifica em parte uma compreensão dos elementos motivadores da obra. Noutra passagem, como se num arroubo metanarrativo, o narrador interpõe: “A caneta cai de minhas mãos. Não é inútil tentar escrever essas coisas? Essa história me foi contada ao crepúsculo à luz de uma fogueira”. Selma Lagerlöf é, por assim dizer, quem se embeb