Nossas noites, de Kent Haruf
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Por Pedro Fernandes Kent Haruf. Foto: Barry Gutierrez / Rock Mountain News O ponto de partida da narrativa de Nossas noites é inusitado; seus desdobramentos nem tanto; seu desfecho, inesperado. Para o lado que for, somos levados para observar sobre a vida naquela pequena região, onde, se a alcançarmos, funciona como seu prolongamento. Assim é que, por baixo da afirmativa suscitada por algumas das personagens já não tenho mais nada a perder , circula a pergunta: uma vez entrarmos no instante último das nossas existências, o que faríamos? É possível que, entre a maioria das pessoas, essa pergunta sequer ocorra; e, se sim, seja apenas acompanhada daqueles desejos de fim de ano, manifestados com todo fervor e esquecidos no primeiro minuto de se cumpri-los. Como toda circunstância humana, essa não é uma regra universal. E se as exceções não chegam a alterar a superfície total das coisas não se deve ao caso de serem poucas. Neste que foi o último romance publicado de Kent Haruf ― o esc