Frances Ha, de Noah Baumbach
Parece que já não temos muito o que inventar em territórios de sétima arte; já usamos de tantos artifícios que não nos resta mais alguma possibilidade perdida. Nesse fim de linha – expressão usada aqui apenas por força de modo – o que resta ainda é voltar aos artifícios já inventados a fim de ressignificá-los e, quem sabe daí, não nos dê a sorte de criar coisa que valha. Persistente à minha maneira, acho que o cinema há que apostar sempre naquilo que antes de tudo o constitui como arte, não perder a capacidade de contar de histórias; um cineasta crente nesse artifício poderá revolucionar a arte sem necessariamente mexer com a forma, mas mesmo assim estará produzindo um trabalho de igual poder revolucionário. Essa constatação, compreenda, não é gratuita; chega-me pelas lentes das melhores produções contemporâneas – e mesmo através daquelas mais antigas. Quando abre-se a câmera para apresentar ao telespectador a personagem principal que dá nome ao filme, tem-se logo a impressã...