A literatura do desejo
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Por Ian McEwan Os processos lentos e cegos da evolução descobriram por tentativa e erro que o melhor meio para impulsionar os seres humanos e outros mamíferos a fornecer cuidados parentais, comer, beber e procriar é oferecer-lhes um incentivo na forma de prazer ligado a cada atividade. Há nisso uma maravilha cotidiana que não apreciamos como se deve. Satisfazer a fome comendo não só elimina uma sensação desagradável. O que comemos é “requintado”, “delicioso” ou “saboroso”. Se estamos com muita fome, até mesmo uma refeição simples nos dá alguma satisfação. Há muito tempo, a neurociência localizou e descreveu o local de onde fluem esses dons, bem como seu complexo funcionamento, na base do cérebro. A fonte de deleite é conhecida como o sistema de recompensa. Sua função é motivar e gratificar. A motivação para o sexo é chamada desejo. Quando o desejo cumpre seu propósito no sexo, esse sentimento transbordante e indescritível é a nossa recompensa. Após a invenção da agricultur