O violão azul, de John Banville
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Por Pedro Fernandes Novamente é preciso retornar ao tipo de romance que não assume – ao menos explicitamente – nenhum interesse pretensioso de renovação estética e, se não faz isso, consegue imprimir um tom único, no sentido de singular, na estruturação e, logo, na forma. A literatura contemporânea tem alguns exemplos desses consideráveis; o caso mais notório é certamente o da Elena Ferrante. A obra dessa escritora tem se utilizado dos mesmos protocolos narrativos tradicionais e abordado os temas mais caros da contemporaneidade, mesmo aqueles relativos ao interior do homem. E não somente: tem reelaborado as relações entre interior e exterior no âmbito da narrativa de modo a evidenciar novas possibilidades de engendrar uma totalidade do indivíduo. É evidente que, diferentemente de Elena Ferrante, é possível ser essa constatação verificável através da leitura da chamada série napolitana, Dias de abandono e A filha perdida não sintonizável com a literatura de John Banvill