A trégua, de Mario Benedetti
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Por Pedro Fernandes Mario Benedetti. Foto: Eduardo Longoni Numa das entradas para o breve diário cultivado às vésperas de sua aposentadoria, Martín Santomé, ao refletir sobre a vida e sua descontinuidade, tece uma leitura sobre uma dessas frases que pela força do hábito são tornadas em expressão de efeito e esta é quase-sempre utilizada no interstício entre a vida ativa, baseada na rotina do trabalho contínuo, e a vida posterior a esse tempo: “Mas o senhor é ainda um homem jovem!” O narrador se concentra no termo em destaque, se questiona sobre a quantidade de anos que lhe restam e sobre a angustiosa sensação de que a vida lhe corre agora agressiva e rapidamente para o fim. “Porque a vida são muitas coisas (trabalho, dinheiro, sorte, amizade, saúde, complicações), mas ninguém vai me negar que quando pensamos nessa palavra, Vida, quando dizemos, por exemplo, que ‘nos agarramos à vida’, estamos assimilando-a a outr