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Praga e a outra literatura alemã

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Por Alberto Gordo   No início da década de 1970, o prestigiado crítico de arte Josef Paul Hodin (1905-1995) encontrou uma velha caixa de metal cheia de manuscritos no porão de sua casa em Hampstead, Londres. Ele próprio havia jogado fora os romances e contos que escreveu nos anos 1930, enquanto percorria a Europa. Havia deixado sua cidade natal, Praga, no início da década, e chegaria a Londres em 1944, depois de passar por Berlim, Paris e Estocolmo. No final da guerra, a sua promissora carreira como escritor, interdita por Adolf Hitler quando o ditador ainda estava apenas a despontar, era definitivamente uma coisa do passado. Como judeu, sofrera as implicações do estopim Goebbels: “O judeu, quando escreve em alemão, mente”. Seus pais foram assassinados em Auschwitz. E com o passar dos anos ele se tornaria um dos críticos mais respeitados do Reino Unido.   Na década de oitenta, Hodin, biógrafo de artistas como Edvard Munch ou Oskar Kokoschka, publicou na Alemanha esses primeiros roman