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José Lezama Lima: o peregrino imóvel

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Por Eliseo Alberto José Lezama Lima (1910-1976), poeta universal do século XX cubano morou apenas em duas casas em 66 anos e só viajou três vezes ao estrangeiro – quando criança, aos Estados Unidos, e adulto, ao México e à Jamaica. Ao recordá-lo, além da admiração, não posso deixar de perguntar-me se será certo que na hora de sentarmo-nos a relatar a história de nossos povos órfãos, ao menos nas versões emocionais do acontecido, a contundência da “verdade” resulta mais importante que a vibração do “mito”. A vida e a obra de Lezama logram um equilíbrio de aparência muito forte: desde a descoberta de sua vocação literária, feitiço que terá convertido em seu próprio talismã, sua idolatria, o escritor enclausurou o nome José entre quatro paredes de verbos e sonoridades; essa submissão, sem dúvida, foi o estímulo suficiente para realizar a façanha de nos propor um mundo tão deslumbrante como real, uma Cuba, uma Havana, um espaço onde a imagem devia estar à frente aos feitos, na c