José Saramago, ler para mover-se
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Por Pedro Fernandes José Saramago, 1990. Foto: Juan Guamy. Alguém dado a ler a obra de José Saramago logo perceberá a viagem como um topus recorrente. Cito para a ocasião dois momentos dos mais significativos: o primeiro, de A jangada de pedra e o segundo de Todos os nomes . Esses dois romances estão inseridos em ocasiões distintas da sua criação literária. No primeiro, o tema é também a forma do romance: por obra de um acaso geográfico, a Península Ibérica parte-se da Europa e inicia um itinerário à procura de um ponto ideal no mapa. Tal itinerário será responsável pelo encontro de personagens vindas de lugares distintos da Península; são elas também acometidas por acasos, e uma vez juntas seguirão sobre a extensa barca de terra um itinerário muito particular. No outro romance, um funcionário público com o nome de Sr. José (qualquer semelhança com o do poema de Carlos Drummond de Andrade não é inocente), escriturário na Conservatória Geral do Registo Civil, uma i