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Mostrando postagens de março, 2019

Boletim Letras 360º #316

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Saudações, leitoras e leitores do Letras! Apresentamos nova edição desta postagem contínua criada há 316 semanas para reunir as notícias que divulgamos durante a semana em nossa página no Facebook. Antes, temos três novidades para contar: 1. Firmamos uma parceria com o blog argentino Eterna Cadencia. Os leitores mais assíduos já devem ter visto alguns textos que aqui publicamos que são traduções de textos apresentados neste canal; então, com a parceria, anotem, novas traduções virão e, claro, publicações de excelência. Este blog é na verdade parte de uma rede maravilhosa de criações no universo literário; além da presença na blogosfera, existe uma editora e uma Livraria. Chique, não? Tem um link para acesso no menu ao lado. 2. A outra boa novidade é que, em parceria com a Global Editora, sorteamos a nova edição de Sagarana , um livro que é fundamental para todo leitor que tem interesse em se iniciar na leitura da obra de Guimarães Rosa. Os leitores que nos acompanham também sabem que

Críticas de adultos a jovens não leitores e a visão meritocrática

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Por Rafael Kafka Ilustração: Irene Rinaldi Ouço por demais de colegas de trabalho e adultos em geral que jovens e criança não gostam de ler. Em meus tempos de criança e adolescente muito se criticava o hábito do videogame e, mais frequentemente, o da televisão. Hoje em dia, o debate ou simulacro dele se volta para a crítica mordaz dos aparelhos eletrônicos: pelo excesso de foco neles, os jovens cada vez leem menos e escrevem pessimamente, o que se reflete na desenvoltura dos estudos ou falta dela. Essas falas são feitas, quase sempre, por adultos que não leem de forma muito assídua, bem como por pessoas que passam bastante tempo em aparelhos eletrônicos. Nesta curiosa projeção, judicativa, percebo que na verdade estamos lendo quando na verdade não estamos plenamente lendo. Digo isso porque sem percebermos ficamos toda hora diante de recursos como smartphones, tablets e computadores por meio dos quais acessamos diversas informações escritas de forma verbal ou não

Assombrações, de Domenico Starnone

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Por Pedro Fernandes Laços foi o romance que deu abriu ao leitor brasileiro as portas para o universo ficcional de Domenico Starnone. Nele, descobrimos, pelo vigor e precisão da narrativa, uma renovação das possibilidades vitais desta forma narrativa em perscrutar os elementos constitutivos de nossas individualidades a partir daquilo que sobra, ou a rusga na aparência que se constitui numa aspereza entre o eu e o outro e, logo, o desgastar de seus vínculos. Quer dizer, o romance estabelece com o leitor um pacto em falso , pois, mesmo que os laços se constituam em elemento principal no desenvolvimento da narração, o que vigora é o que nele se esconde. A importância de ressaltar essa observação se dá por dois motivos: o primeiro é o conceito de rusga e o segundo é porque em Assombrações , qual sugere o título – e agora o romancista não trapaceia seu leitor –, Domenico Starnone mergulha ainda mais profundamente no aparente para encontrar sob a rusga aquilo que a determi

Gabriel García Márquez e o cinema: um amor não correspondido

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Por Alejandra Rodríguez Gabriel García Márquez em entrevista nos estúdios da RTI TV, em Bogotá, 1997. Arquivo: Fundación Palavreria. Geralmente se aceita a ideia de que não há filme que iguale, e muito menos supere, o livro que lhe antecede. A História da Literatura está cheia de autores descontentes sobre como suas histórias foram tratadas na grande tela. Gabriel García Márquez não podia ser uma exceção; com dois agravantes. Por um lado, Gabo é um dos escritores que mais interesse tem despertado entre os cineastas. E, conta com um grande número de filmes entre adaptados a partir de seus romances e contos. Por outro lado, o colombiano manifestou um claro interesse pela sétima arte. “No início quis ser diretor e a única coisa que realmente estudei foi o cinema [em 1955 se matriculou no Centro Experimental de Cinematografia de Roma]. Agora nem sequer vou mais ao cinema porque chego à sala e termino dando autógrafos. Só vejo sessões privadas. Na televisão não gosto

Por amor à arte

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Por Javier Aparicio Maydeu Dois novos livros do mestre Julian Barnes. Sobre o amor e sobre arte. Sobre o amor à arte e sobre a arte do amor. A única história de amor é de amor, mas não é a única, mas a última história de amor do autor. No Em tom de conversa explorava as infidelidades da geometria emocional de um triângulo amoroso. Amor Etc. leva ao limite o conceito entendido como um problema irresolúvel. Em “Higiene”, da inesquecível antologia Um toque de limão , Jackson viaja frequentemente a Londres para comprar coisas à sua santa Elizabeth Arden e encher de outras coisas Babs, sua prostituta preferida; e outros três contos versam sobre o amor: “O reviver”, que recria a última paixão de Turguêniev; “A história de Mats Israelson”, em que Barnes se ocupa do amor constante até além da morte da mão da velha senhora Lindwall, que viveu dividida entre não-amar um homem que merecia e amar outro que não merecia; e “O cercado das frutas” com seu octogenário protagonista a

Um romance sobre horror nazista recuperado depois de oito décadas

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Por Juan Carlos Galindo Ulrich Alexander Boschwitz (SIXTH FLOOR) Por volta das onze horas da noite do dia 29 de outubro de 1942, Ulrich Alexander Boschwitz morre junto com outros 361 refugiados, a maioria judeus, a bordo do Abosso, naufragado a 700 milhas náuticas dos Açores pelo submarino alemão U-575. Tem 26 anos. Finda assim uma odisseia iniciada com as leis raciais de Nuremberg em 1935 e que havia levado este escritor nascido em Berlim de um lugar a outro, perseguido e odiado pelos que foram seus compatriotas e repudiado pelos europeus aos quais pedia acolhida. Mas, sem saber, Boschwitz havia lançado uma mensagem que teria grande repercussão em seu país oito décadas depois. Quando morreu carregava consigo a nova versão manuscrita de seu livro O passageiro [tradução livre a partir do título em espanhol, El pasajero ], publicado na Suécia, Reino Unido e Estados Unidos entre 1938 e 1940 e totalmente ignorado na Alemanha. Dois meses antes havia escrito para s

Boletim Letras 360º #315

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Só na sexta-feira, 22 de março de 2019, conseguimos finalizar o sorteio de um exemplar de A queda de Gondolin , de J. R. R. Tolkien, em parceria com a HarperCollins Brasil, editora que tem trabalhado na reedição integral da obra do escritor britânico. Sobre promoções, aproveitamos a ocasião para dizer que, não tarda e faremos outro sorteio com a nova edição de Grande sertão: veredas , de Guimarães Rosa. Esta segunda promoção será em nossa unidade no Instagram, já que a outra foi realizada no Facebook durante o período de pré-venda do livro. Segue as notícias apresentadas durante a semana em nossa página no Facebook, as dicas de leitura e outras recomendações. Gonçalo M. Tavares. Dois livros do escritor português ganham primeira edição no Brasil. Segunda-feira, 18 mar. Às vésperas , de Ivan Turguêniev Elena Stákhova é filha de uma mãe hipocondríaca e um pai ocioso e supérfluo, uma típica família aristocrata da Rússia do século XIX. No auge da juventude, divide su