Tudo sobre o golem
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Por Juan Pablo Bertazza O golem. Ilustração de Hugo Steiner-Prag para o livro de Gustav Meyrink. Pensemos numa criatura feita de palavras — graças aos poderes místicos da Cabala Judaica e, principalmente, do Sêfer Yetzirá ou Livro da Criação — incapaz de falar, feita com o objetivo de proteger o gueto judeu, mas que acaba se tornando uma ameaça real. Diferente de alguns parentes um pouco mais midiáticos como Frankenstein ou Drácula, o golem mantém na indústria e na história cultural um certo halo não tanto de mistério, mas de escabrosa raridade, inexpugnável e hermética. Antes do monstro de Mary Shelley, o golem estava à frente da ideia moderna do autômato; sua grande monstruosidade radica no mesmo princípio: ser um homem criado pelo homem. A palavra golem , que vem do hebraico, aparece apenas uma vez na Bíblia, no versículo 16 do Salmo 139, e significa algo “inacabado” ou “em formação”. De acordo com uma tradição oral, o primeiro golem da história foi criado por ninguém menos qu