“Mais uma madalena, por favor!”
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCR74sz7lLC0z44vuPaG4jv6y0IKu-44qOSMwTz4-riSWgcwooHkaUOEnGviWxhyphenhyphenavh-b4sjanv81rCynnP6sU-9X9dUTofowrBZC23ujfv6f6u93z5K0k3CMErdmkQjocq8vWubFAE8A/s16000/GIF-Madeleine-Large.gif)
Por Lourenço Duarte Ilustração: Nancy Liang Revisitar o passado sempre pareceu uma das grandes obsessões poéticas e literárias de sempre. Disputando o pódio com o amor, ou Amor, e a morte, as lembranças distantes assumem-se como um forte motor da poiesis , da criação. E é ao debruçarmo-nos um pouco mais sobre o tema que vemos surgirem certas premissas, por vezes opostas, acerca deste movimento de retorno: o ser que relembra em nada difere do conteúdo relembrado, do sujeito ido?; será impossível à pessoa atual transportar a sua consciência pelas coordenadas do tempo até ao instante remoto?; finda a memória, permaneço o mesmo, ou trago já no bolso da existência aquele que recordei? Estas seriam algumas das questões pertinentes a colocar. A primeira ideia é bastante sedutora. De facto, assim como a crença de não estarmos a sonhar, quando o estamos, também as memórias nos fazem acreditar que nada é, naquele momento, mais do que aquilo que é. A velha questão cartesiana. Assim sendo, quem