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Mostrando postagens de março 14, 2009

Adultecimentos

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Talvez das escusas de meu corpo Pelas frinchas da alma Ainda ingênua de amar Deixei-te escapar Fria e nua na calma da noite Fomos, ela e eu, em dormidas Cabeceira-pés, pés-cabeceira Rodopiando por entre astros, os céus Em brincadeiras ativas, curiosas Que o corpo já adultescendo reclama Tocando o que existe para ser tocado Por entre os lençóis Em mim ficaram inapagáveis lembranças Daqui estou a vê-la deslizando nua No espelho da memória No corpo das palavras Num mover-se erótico Debaixo do lençol. Daqui estou a ver Encobertos pela noite, às escusas, Uma exploração tátil dos nossos corpos No corpo das palavras sussurrantes Ou mesmo no silêncio da respiração ofegante Uma vivacidade de almas palpitantes Aceleradas na caixa do peito E dormíamos como anjos Em falso sono adultecíamos. * Este poema foi publicado inicialmente em Jornal Trabuco , ano II, n. 3. jan. fev. março de 2009. Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro