O fracasso de escrever
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYS_eo48o5wYFMgihohu0JuT-W_WnHyGZVSrpJImYIi4tFdDcOzStRmCgPMvcr2P6SsWEcol8mXn-fBdMmK5NO84ULDKMWc797az0gPdOqX2mutPJK74WPp7yuoDUmBM40be8F6cuytg/s1600/tolstoi.jpg)
Por Manuel de Lorenzo Liev Tolstói, autor do gigantesco Guerra e Paz Sempre pensei que há algo de aberrante em escrever. Em tentar passar para o papel uma história. É uma dessas coisas que nunca, jamais, saem como se quer. Assemelha-se, suponho, a criar um filho ou plantar um jardim. O texto sempre parece ir dizendo seu próprio caminho à margem da vontade do seu autor. É um processo utópico e infeliz. Repleto de insatisfações. O escritor nunca consegue estar à altura de suas próprias aspirações. Do que esperava de si mesmo como autor. Por isso, escrever é, sobretudo, fracassar. Fracassar uma e outra vez com a absurda esperança de não morrer na tentativa de vencer algum dia. Como se Sísifo tivesse alguma possibilidade de alcançar no futuro o alto da colina. Philip Roth escrevia em Pastoral americana sobre uma conversa entre as personagens Nathan Zuckerman e Jerry Levov em que este comenta que “a sala de cirurgia transforma a gente em uma pessoa que nunca está errada”, a