Pretérito imperfeito, de Bernardo Kucinski
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Por Pedro Fernandes Dos modos verbais, o pretérito imperfeito é um passado que não se realizou totalmente; é, dessa maneira, um passado que – como raízes que se deslocam e invadem outros territórios – se prolonga sobre outros tempos: o passado que poderia ter acontecido e o presente. E essa compreensão é oferecida ao leitor neste romance de Bernardo Kucinski do ponto de vista temático e formal. As ações de Pretérito imperfeito embora estejam situadas num passado qualquer do narrador se apresentam como uma sombra sobre o presente da rememoração e em estágio de se concluir, porque afinal, a atitude central desse narrador – a de renegar o filho adotivo – só se concretiza à distância e através da escrita. E não adianta o leitor procurar por trás ou no texto o acontecido. Este romance se filia a uma linha que em 2018, na literatura brasileira, ganhou outras duas representações de grande fôlego: em A noite da espera , o primeiro título da trilogia “O lugar mais sombrio”,