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Mostrando postagens de agosto 14, 2008

Dois poemas de Pedro Fernandes

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Johann Henrich Füssli Vulgada romântica Ao martirológio dos suicidas me junto eu Por drama por tolice estou O infortúnio, a fatalidade dos desgraçados Arraigam a pele, come a carne humana Bate o coração morto-vivo num peito inerte Dum homem abatido pelos seus ideais Três ou quatro razões Capazes de levar-me desse chão Ao abandono voluntário da existência Que resta de mim em essência Tão poucas razões travadas num colóquio constante Entre felicidade e infelicidade dum pobre diabo Que raro adega a ter de voltar a cabeça Ao estrondo seco dum tiro Esmigalhando um crânio com prazo de validade corrido A vida acabou-se num fialho de sangue Desfez-se o homem audacioso e o homem paciente Eles eram prova de qualquer coisa Nomeadamente de um sentido: A ausência dele Poema em processo como gotas d’água que caem do teto de uma caverna meio que, por acaso, no papel na figura do poeta prefiro fecundar-me e parir em palavras, poemas afinal poema é se