Wislawa Szymborska, a poeta do acaso
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmy55ikqhFEdGwIaCvThaWgk5TQQDHeJ2r2MN7gjL1QOx4dVUlGhsNUMYLp4MGtkXNJ5A0hQ4_cPCy3tVGw2bwguwI-4hdyFSHXFKcrM4M7_m7vLrt6tQl2Ce6g3YMspoy11KOgdIw-g/s1600/szymborska-1024x768.jpg)
Por Fernanda Fatureto No poema “Entre muitos”, incluído na antologia Poemas (Companhia das Letras, 2011), Wislawa Szymborska anuncia: “Sou quem sou./Inconcebível acaso/como todos os acasos./Fossem outros/os meus antepassados/e de outro ninho/eu voaria/ou de sob outro tronco/coberta de escamas eu rastejaria”. Este é um dos poemas-chave para adentrar o universo de Szymborska. Nascida na Polônia, em 1923, presenciou a guerra em seu país durante duas trágicas ocupações – a nazista na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, a Stanilista que forjou mais de quatro décadas de totalitarismo. Regina Przybycien, tradutora da poeta no Brasil, afirma no prefácio de Poemas que após a morte de Stálin “os escritores na Polônia puderem seguir com maior liberdade em busca de uma voz individual”. No caso de Szymborska, encontraremos a casualidade da existência humana e da natureza dialogando entre si, numa rara postura de que a poeta nada sabe e encontra nas palavras a interrogação fund