As lembranças do porvir, de Elena Garro
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Por Pedro Fernandes Nenhuma história se constitui episódio isolado, nem mesmo uma ordem de acontecimentos pode ser lida como independente de uma consciência total. Assim é que todo fato é apenas parte de um todo, incompleto sem a visão desse todo, tal como sublinha criteriosamente Caio Prado Júnior. “Incompleto que se disfarça muitas vezes sob noções que damos como claras e que dispensam explicações; mas que não resultam na verdade senão de hábitos viciados do pensamento”. A história é constituída de microfragmentos dispersos por entre os escombros a partir dos quais, dos mais vistosos e visíveis se constrói uma versão que se quer verdadeira e oficial. Ao ficcionista resta, além dos restos mais visíveis, o grão escondido. E com este escondido, muitas vezes o casual, é capaz de iluminar todo um universo e atribuir melhor sentido e significação às verdades estabelecidas. Entre esses artesãos do acaso encontramos Elena Garro. As lembranças do porvir constituem uma pequena c