O Delfim, de José Cardoso Pires
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Por Pedro Fernandes A primeira vez que li O Delfim saí do romance um tanto quanto perdido. Mas, saí assim com outros romances. A maçã no escuro , da Clarice Lispector, o primeiro deles, Grande sertão: veredas , do Guimarães Rosa, O evangelho segundo Jesus Cristo , de José Saramago, Janela de Sónia , do Manuel Rui, o mais recente. Sair assim de um livro, portanto, parece ser algo natural, se percebermos que a semelhança que há entre todos esses romances citados está naquilo que podemos chamar por "magnitude". O magma verbal desses romances - estágios de interlíngua no código em que se situam - é o suficiente para se produzir aqui o entendimento, mais acurado, do porquê saí/sai-se um tanto quanto perdido d' O Delfim . São obras que se apresentam como um desafio ao leitor porque são antes um desafio à forma, estrutura e à linguagem. Outra razão que justifica meu perder-se talvez esteja na velocidade com que empreendi sua primeira leitura. Estamos mesmo acostum