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Mostrando postagens de dezembro 29, 2008

Então é natal

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Por Pedro Fernandes O dia não fora em nada agradável. Aliás, desde os últimos meses que antecedem o do fim do ano, nada me tem sido agradável. Mas, na noite de vinte e dois de dezembro, depois de jantar qualquer coisa na rua, voltava para casa, já mergulhado na parede escura da noite – que em certos minutos fazia-se tão clara, porque é de praxe todos os anos por esta época do ano iluminarem-se pedaços de ruas com luzes de todas as cores e tamanhos. Caminhava rente as paredes dos muros a pisar os primeiros lixos da noite. Nos pares de tempo que a rua entrava no breu ficava pensando em algum assalto – os assaltantes caem da escuridão quando menos se espera, rouba-nos algo de valor e com ele parte da nossa parede de sentimentalismos que vamos erguendo ao longo de nossa vida. Mas nesta noite não. Não estive a ser surpreendido por nenhuma dessas aves negras. Fui surpreendido já no fim da rua, do alto da murada, com duas meninas que aparentavam uns sete anos cada – não reconheço o ros