Noites insones, a imprevisível obra-prima de Elizabeth Hardwick
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Por E. J . Rodríguez Quem se aproximava pela primeira vez de Harwick ficava surpreendido por seu sotaque; não esperava encontrar quase intacto, mesmo residindo várias décadas em Manhattan, aquele inconfundível tom sulista em sua voz. Conheciam-na como a cerebral paisagista da intelectualidade urbana; boêmia habitual dos clubes de jazz e fundadora do The New Yorker Times Book Review . Conheciam-na como a iconoclasta crítica literária que revolucionou seu ofício colocando sob o microscópio – ou poderia se dizer, no cadafalso – os demais críticos de seu tempo. Conheciam-na como a “escritora que escrevia sobre outros escritores”; como a ensaísta ganhadora da medalha de ouro da Academia Estadunidense de Artes e Ciências. Como uma mente prodigiosa – “afiada como uma espada” – capaz de impressionar as demais mentes prodigiosas na mais cosmopolita das cidades. Mas ela, todavia, falava com as ondulantes vocais e as ruinosas pronúncias arcaizantes de seu Kentucky natal. E essa